2007-11-27

Liberdade

Na continuação do post anterior e pegando no comentário que a Ale deixou, gostaria de perguntar o seguinte:
Até que ponto é que a vida pessoal de cada um pode e deve
interferir na sua vida profissional?

O caso anterior é, decerto, algo caricato por causa do mediatismo à sua volta: uma professora de literatura que nos tempo livres é actriz porno na net dá um bocado nas vistas... mas isso influencia o seu trabalho? Terá alguém o direito de despedir outro por causa da sua vida particular?


Não sei se são como eu, mas muitas vezes dou por mim a olhar para as pessoas nos balcões dos bancos, nas lojas ou até mesmo nos tribunais (e não estou a falar dos criminosos) e pergunto-me "como é que este gajo que neste momento está de fato e gravata, cara séria e comportamento exemplar se comporta fora do trabalho? Será que é como o Batman, de dia com comportamento irrepreensível e à noite veste os colans e transfigura-se? Será que aquela escriturária de óculos redondos, cabelo apanhado num tótó e meia fransinha se transforma numa escrava de bondage com calças de cabedal e molas nos mamilos? E a rapariga das fotocópias? será que quando chega a casa à noite abre os cortinados do apartamento enquanto se passeia toda nua depois de tomar um bom banho?" Porque, sejamos francos, há pessoas com esses comportamentos sexuais e não os vejo na rua de chicote na mão e máscaras de cabedal. Será que nos contratos de trabalho deveria haver uma clausula de respeito às normas morais?

Acho que não me vou alongar mais por agora.

4 comentários:

Vanessa Carvalho disse...

A professora do post anterior só deve ter conseguido fazer aquilo porque era em Berlim, porque em Portugal somos muito moralistas e ela era logo presa por atentado ao pudor.
À partida, não é preciso incluir uma cláusula no contracto de trabalho relacionado com as normais morais, porque isso já está implícito, uma vez que faz parte da lei portuguesa.

Anônimo disse...

Lamento discordar com a Vanessa!

Num outro blog, sobre a tal noticia (ou nuticia) sobre as malucas suecas um bloguista afirmou que quando passava férias com uma amiga (que por sinal é adepta do Naturismo) num Hotel no Algarve esta se atreveu a fazer Topless na piscina. Um homemzito espanhol chamou o Director do local todo escandalizado apresentando queixa, ao qual este respondeu "usted tanpoco!..."

Ora, Portugal é um pais de moderação! Sempre foi assim!!! E apesar de haver uma grande tradição religiosa vê-se cada vez mais casos deste tipo de liberdade (vejamos os exemplos de Expo Eroticas, feiras de transformismo, ...)

para quem quer ler um pouco mais sobre a tal noticia deixo aqui o link para a pagina

Anônimo disse...

Acho que essa da clausula é uma medida extremista...

Em muitas empresas existem normas e procedimentos, que desde que sejam cumpridos não haverá motivo para despedimento.
Sermos excluídos do nosso local de trabalho por causa da nossa vida particular, das nossas opções sexuais, é uma atitude de discriminação e desigualdade perante os outros.

Para mim, a vida pessoal não deve interferir na vida profissional porém, isso poderá variar de profissão para profissão. Em alguns casos, a vida pessoal pode e deve interferir na vida profissional.

Não censuro quem use a sua vida particular para fazer show-off, exibicionismo, etc., desde que respeite a opinião e o espaço dos outros.

Anônimo disse...

Ah... Também já me passou essas coisas pela cabeça :) principalmente quando estou à espera naquelas filas intermináveis...